6 A inexistente crise no Flamengo causada pela entrevista de Dejan Petković (Дејан Петковић, ou Pet, para nosotros).

(Este texto é adaptado do meu comentário postado no blog Saudações Rubro-Negras, no post do amigo Luís Eduardo intitulado Reflexões Rubro-Negras...).

Demorei a me manifestar sobre o grande oba-oba criado em torno da entrevista, pois quis ruminar mais um bocado, como sempre faço ante situações que podem se demonstrar graves. Não falo nem do oba-oba da mídia, sempre e cada vez mais sedenta por crises que possam alavancar vendas ou, no caso (o que dá no mesmo), gerar mais page views; o que me causa espanto e incredulidade é a reação, extremada em alguns casos, por parte de torcedores e até blogueiros de peso ante o nada que é a “bombástica” (sic) entrevista dada por Pet ao LanceNet.


Depois de ler cada post, cada comentário, cada tweet (e foram vários, de todos os tipos, procedências e gradações), e só então ver e rever o vídeo desta bendita entrevista, resolvi enfim emitir minha opinião, dar o meu pitaco. Não tiremos conclusões precipitadas sobre seu destino; como disse ao amigo Fábio Gil (@Urubuzada), “It ain't over 'til the fat lady sings”, para usar uma expressão da língua Inglesa que tão bem expressa isto. É claro que é apenas a minha opinião e ninguém é obrigado a concordar com ela, podemos e devemos discuti-la, mas o que escrevo a seguir é a expressão do meu pensamento e sentimento sobre o causo.

Já devia a mim mesmo escrever sobre Pet e a pseudocrise há algum tempo, o que pode ser percebido nos posts anteriores, mas desta vez foi demais, não deu mais pra segurar! Tenho já um texto semipronto, exaltando o Santos e seu futebol de encher os olhos, e um outro em gestação adiantada, uma vuvuzelada a mais no Tromba (e mais forte, em tom sério desta vez), mas eles terão que esperar.


Gostaria até de estar escrevendo algo relativo ao jogo com o Mequinha, mas vou passar por cima da brilhante atuação do nosso Léo Moura – Seleção (mais uma vez, para calar os detratores todos), da dedicação cativante e falta de pontaria irritante do guerreiro Vagner Love (artilheiro, ainda assim…), da momentânea falta de luz do nosso “poste” Adriano (para participar mais e para vibrar com o grupo e a torcida), que mesmo assim vai fazendo seus golzinhos jogo sim, jogo também, e nem mesmo vou perguntar quando o Kleberson irá finalmente comparecer novamente (um morto-vivo em campo com posição de titular garantida). Pra não falar do Monstro Maldonado e seu habitual show, quase invisível de tão sóbrio e discreto...

Vou apenas começar dizendo: mas que bela entrevista, que demonstração contundente de profissionalismo, inteligência, controle emocional, de como domar quem tenta te usar pra extrair futricas (a mídia, quem mais?), todos estes atributos que desde sempre admirei no Gênio Petkovic!!


Ele não disse absolutamente nada que pudesse criar toda esta celeuma que vi e ouvi durante todo o domingo e após, e tudo o que disse é a mais absoluta verdade. Pra dizer a verdade, a única coisa que me irritou, e profundamente, nesta entrevista, foi o fato de nos privarem de conhecer o teor das perguntas! Por que omiti-las? Para não vermos/ouvirmos as tentativas de indução? Para dar a impressão de que falou algo sem ser perguntado, sem ser provocado?

Uma entrevista que se propõe séria, para ser vista como algo grave ou de grande repercussão, só pode ser levada a sério sem edições que omitam informação relevante ao contexto! Senão, pode – e irá - parecer manipulação! E ainda tem gente que engole sem mastigar, e depois fica se perguntando porque a mídia é tão “perversa”... é por culpa de gente como você, ó infeliz, que mal tomou conhecimento do “fato”, e já parte para um veredito! Ô, tem alguém em casa?? (pergunto, enquanto bato em tua cabeça...)


Um cara inteligente como ele sabe muito bem que isto pode acontecer, logo manteve o controle das respostas dadas – e respostas brilhantes, dignas de um “ser” inteligente, iluminado, e não apenas um boleiro, como tantos que conhecemos e dos quais a resposta à pergunta, qualquer pergunta, já é conhecida de antemão.

Tudo que ele disse corresponde à realidade, tanto é assim que nem MB2, O Boquirroto, nem Patrícia Amorim, a presidenta low-profile, puderam fazer nenhuma escalada sobre isto; não que eu esperasse que ela fosse tentar fazê-lo, mas quanto ao MB2, melhor deixar pra lá, né? Não vale a pena…


Até quando perguntado sobre o Vice e, provocado a dar nomes, confirmou referir-se àquela figura nefasta (tinha citado só o papel até então), o fez com correção, dentro do contexto que mencionava, o de autoridade e responsabilização! E foi só, sem espaço para as ilações que vi neguinho, branquinho e diversos Rubro-Negros “sangue bom” fazerem. Ele não o exaltou nem o enalteceu!

E ele não se comparou ao Zico, como alguns apressadamente escreveram, ele disse que o comparam, e que ele se sente orgulhoso disto, por saber o quanto Zico representa – e eu compartilho deste orgulho!! Parece que as pessoas acabam vendo e ouvindo o que têm nas suas cabeças, e não o que se pode ver e ouvir; Freud explica...


Este camarada é um grande ídolo nosso (vejam seu histórico na Flapédia) e tem que ser respeitado, não só por ser ídolo e ter nos dados títulos importantes e esperança, mas também pelo caráter e profissionalismo! Já engoliu muito mais sapos do que qualquer um de nós engoliria quero crer e, ainda assim, em nenhum momento deixou de cumprir suas obrigações profissionais.

É um exemplo raro de profissional que, trabalhando em outro país – não podemos desconsiderar ou minimizar este fato! - mantém íntegras suas características de caráter e retidão de comportamento, e o fato de não ser um camaleão parece incomodar a muitos, mas não a mim. E não posso me dar ao luxo de dar ouvidos a rumores, isto é baixar demais o nível da discussão e, como não sou “jornalista”, me reservo o direito de não fazê-lo.


E eu particularmente o admiro ainda mais por ter consciência das coisas e não se omitir de manifestar uma opinião forte, porém embasada na realidade, sem “medinho” de bater de frente com escalões superiores quando estes estão errados! Se eu sou assim e gosto de sê-lo, porque o criticaria? Sou coerente, assim como ele o é! Não confundam isto com mágoa ou revolta; é totalmente diferente, ele não disparou a metralhadora giratória; antes, agiu como um sniper, com poucos tiros e precisão.

O admiro também por ter uma paciência de Ló, coisa que eu e muitos dos que o criticam não temos, pois ainda assim se mantém profissional, cumpridor de suas obrigações, como ele mesmo declara na entrevista. Não amigos, não é marra, como tantos gostam de dizer, é a consciência de sua capacidade e valor, sem se rebaixar ou se desmerecer só para agradar!


Mas, não tirem conclusões pelo que aqui escrevi, nem pela transcrição do vídeo, que omite nuances fundamentais; vejam o vídeo por vocês mesmos (não achei como embuti-lo, então seguem os links para 2 páginas onde pode ser visto):


Sem mais, Meritíssimo!!!

É isto!

SRN

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10 Ôooo, Messi é melhor que o...

Hoje, ao invés de escrever sobre o treino de ontem no Vazião, que até apresentou de bom alguns aspectos, tais como o retorno de Maldonado ao seu posto de direito, a possível efetivação de Pet, o reencontro de Vagner Love – a duras penas, a bem da verdade - com o gol, Adriano singelamente continuando a responder da melhor maneira possível a seus detratores e Kleberson irritando-me um pouco menos, resolvi discorrer um pouco sobre um assunto que vem dominando parte da mídia, seja ela nacional ou internacional: Lionel Messi.


Já existe todo um frenesi em torno deste brilhante jovem Arghentino (rsrs), especula-se se já seria o maior do mundo de todos os tempos, se seria melhor que Pelé, que Maradona, e outras baboseiras de mesmo quilate.

Primeiramente alguns esclarecimentos: Pelé e, principalmente Garrincha, só pude ver (e não ao vivo) já em final de atividade, são de outra época, na verdade um outro tipo de futebol, e têm que ser reverenciados mas não podemos ceder à tentação de usá-los como termo de comparação; não houve ninguém melhor à época, e a época já passou há muito tempo, deixemos pois estes ídolos em paz!


Maradona foi craque mas, para mim não está no mesmo patamar de Zico, por exemplo; ganhou uma Copa, então palmas para ele que, de fato, arrebentou em campo mas, para mim, a Copa é apenas um ingrediente e não o que define que sabor tem o bolo. Seria a cereja, e não o bolo, serve para acrescentar, e não para definir. Um ídolo tem que, necessariamente, ser muito mais que um craque, e Maradona para mim nunca foi ídolo.

Messi vem realmente demonstrando que pode sim vir a se tornar mais um craque imortal, mais um ídolo no Panteão de Monstros Sagrados do Futebol. Vejo mais problema na pressa que a mídia tem em criar e destruir mitos do que na expectativa que justificadamente se cria em torno dele! Basta lembrarmos que durante toda a sua carreira Zico primeiro foi alardeado como, e depois cobrado para ser, o sucessor de Pelé! (que aliás se encarregou de secá-lo o quanto pode...) E aí, como não ganhou uma Copa, há quem fale mal dele por aí até hoje, até para se promover às suas custas...


Como já tenho uma boa "rodagem" de acompanhar futebol e, apesar de amar meu clube e seus grandes ídolos, amo igualmente o bom futebol jogado por "entidades extraclasse" - que, vez por outra, coabitam nossos campos com ídolos fabricados e descartáveis – e julgo saber diferenciar quem realmente demonstra potencial (no caso dele já é bem mais que isto!) de quem apenas aparece em lampejos de genialidade para depois mergulhar novamente no semi-anonimato.

Mais que isto, estou na torcida para que ele realmente continue evoluindo e desenvolvendo cada vez mais seu enorme potencial, pois que ele tem mais uma característica que o aproxima dos gigantes: não precisa da mídia para que seja exaltado: o que faz dentro das quatro linhas é o bastante para que seu exuberante futebol seja visto, reconhecido e apreciado.


Nos tempos de hoje, é cada vez mais raro poder observar isto acontecendo, com tantos assessores de imprensa e outros "profissionais" especialmente contratados para levantar a bola, direcionar os holofotes e filtrar na mídia o que não interessa ser divulgado... sei que isto nem é tão novo assim, já vimos isto acontecer descaradamente com um certo “Rei de Roma”, cuja “assessoria” tinha funções um tanto quanto particulares e, bem... diria peculiares - para ficar num inocente eufemismo - ou num ídolo gigante da Fórmula 1, com assessoria para finalidade semelhante e tão peculiar quanto...

Aliás, este menino, com sua maneira de conduzir a bola, suas arrancadas fulminantes e sua visão de jogo, me lembra muito – e não só fisicamente - um outro que acompanhei desde o começo, que também foi meio franzino, era compenetrado e dedicado, tinha uma vontade de ferro, uma habilidade ímpar com a bola e que, ao desenvolver-se, revelou-se um líder nato e o maior maestro que meu time já teve, dentro e fora de campo, e que a Copa não pode homenagear... ah, azar da Copa!!


A diferença, por enquanto, é que enquanto Zico tornou-se o maior jogador de futebol, ídolo e referência que vi em toda a minha vida, Messi ainda é apenas uma promessa para este patamar; mas que promete, promete...

Por último, devo confessar que Messi lembra Zico um pouco demais pro meu gosto (e azar da nossa seleção)... rsrs


Dá-lhe Messi!!

É isto!

SRN

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15 Flamengo - A Primeira Vez a Gente Nunca Esquece!

(Este texto foi produzido para publicação tanto neste blog quanto no Flamengo Eternamente, onde fui convidado a escrever um post pelo parceiro Warley Morbeck da Silva, o que prontamente aceitei e com muita honra e prazer! Não estranhem, portanto, os dois primeiros parágrafos, pois precisava me apresentar, nem o link para este mesmo blog ao final do texto...)

Olá para todos! Meu nome é Ivan e foi com muita honra que recebi o convite para escrever um artigo para o Flamengo Eternamente. Sem querer escrever um Curriculum Vitae, darei uma breve descrição de quem sou, para então discorrer sobre a razão deste post: como comecei a acompanhar a trajetória fantástica do nosso querido Flamengo. Não farei uma resenha de jogos mas sim um breve relato de como foram minhas impressões de garoto, se deslumbrando com seu time do coração.

Sou engenheiro eletrônico há mais de 26 anos e profissional de pesquisa e desenvolvimento da indústria de automação, na área de Automação Industrial. Trabalho numa empresa genuinamente brasileira, sendo já há vários anos uma multinacional 100% brasileira, que vi de perto crescer ao longo dos quase 25 anos em que lá estou, até tornar-se líder mundial em tecnologias de ponta para a área. E tenho muito orgulho de participar ativamente deste crescimento!

Mas, mais importante para o nosso contexto, sou um Rubro-Negro de quatro costados, daqueles que não sabem dizer quando nasceu esta paixão – provavelmente desde a fusão do espermatozoide com o óvulo! Vamos então ao que interessa: começarei descrevendo minha primeira experiência de Maracanã: um jogo Flamengo x Grêmio, no longínquo ano de 1971. Era apenas um garoto à época, e muito do que escreverei está registrado apenas na minha memória mas, como foi um fato marcante para mim, não me esqueço de certos detalhes. Eis alguns deles.


Uma coisa muito importante para mim foi o fato de meu saudoso pai ter me levado ao jogo, visto que ele trabalhava embarcado e viajando muito mundo afora, além do que ele não era o que se poderia ser descrito como um Rubro-Negro padrão. Reza a lenda que ele até nutria certa simpatia pelo Tricolor (lenda esta contada por minha irmã mais velha, que o é, embora eu nunca tenha acreditado nisto; ele até me disse que não quando certa vez o questionei, sem contudo ser totalmente convincente). Mas, sendo minha igualmente saudosa mãe uma Rubro-Negra ferrenha, ela o teria dissuadido de torcer pelo dito time. Posso até ter uma parcela de culpa nisto, pois o vi vibrando comigo no estádio, creio que com a minha alegria. O fato é que, de tanto que aporrinhava que queria ir ao Maracanã ver o Flamengo jogar, este jogo foi o escolhido para saciar minha vontade. E lá foi o meu paizão comigo pro Maraca...

Como criança é inocente: lembro-me de como achei importante ver o próprio Presidente da República, Emílio Garrastazu Médici, nas tribunas de honra, próximo de onde estávamos. Ele se fez presente ao jogo e acenava solenemente para as torcidas dos dois times que dizia serem os de seu coração. Mal sabia eu o que ocorria no Brasil nesta mesma época, por obra deste mesmo cidadão...

Lembro-me também de ter achado o jogo meio chato, uma vez que terminou empatado e eu queria muito uma vitória como presente inaugural, mas nem isto retirou de mim a euforia de ver, pela primeira vez, meu amado time ao vivo e a cores! Era a época do Flamengo de Rodrigues Neto, Liminha, Arilson, o folclórico Fio e cia., um time limitado mas brigador, que não empolgava muito pelo futebol jogado, mas que pra mim já era o melhor time do mundo! Nesta época era mais interessante assistir aos jogos da equipe juvenil, onde Zico, Geraldo, Rondineli, Jaime, Cantarele e tantos outros promissores jogadores já chamavam bastante a atenção de todos.


Outra lembrança clara é a do nosso goleirão Ubijara Alcântara, o Ubirajara “Crioulo” (havia o Ubirajara Mota no Botafogo, que depois veio a ser nosso goleiro também). À época não havia ainda este chato patrulhamento ideológico, do Politicamente Correto, e podíamos chamá-lo deste jeito sem que ele se sentisse ofendido ou, por exemplo, nos exigissem que usássemos a alcunha de Ubirajara “Afrodescendente”, ou que faz com que seja hoje citado apenas como Ubirajara; mas eu tergiversei, voltemos ao goleirão...

Pois bem: o Ubirajara Crioulo, em certo momento morno do jogo, quando a bola estava no nosso ataque, pendurou-se no travessão e começou a fazer flexões para manter-se aquecido! Achei aquilo o máximo, pois nos VTs estas coisas não eram normalmente mostradas. Foi uma das atrações do jogo, uma figuraça que mereceria até um post à parte, pois até gol de gol a gol já fez, com a ajuda do vento... mas esta é uma outra história.

Uma curiosidade: tinha dentro de mim desde sempre a certeza de que este jogo foi pela disputa da Taça Presidente Médici; tinha isto como uma certeza absoluta, sempre soube disto, mas, ao pesquisar na internet sobre esta taça neste ano em questão, fiquei em dúvida se minha memória estaria me traindo ou se as fontes de informação via web estariam equivocadas¹. Nada tão importante assim, mas me deixou curioso...

Outro jogo inesquecível, o meu segundo - desta vez acompanhado não só pelo meu pai, mas mãe e irmão mais velho também, um verdadeiro programa familiar completo (inclusive com minha irmã mais velha e marido Tricolores indo junto e ficando na nossa torcida! rsrs) – foi o Fla-Flu da final da Taça Guanabara de 1972, com mais de 137 mil pagantes, que terminou com uma sonora goleada, impiedosamente aplicada pelo Mengão: 5 x 2!

Jogão, com direito a várias cambalhotas do artilheiro Caio “Cambalhota” (irmão do Luizinho “Tombo” - América e Flamengo) que marcou 3 vezes, um Renato “Aranha” fantástico no gol, e que ao tomar o 2º gol do Flu, já com o Flamengo tendo 4 no placar, ficou pedindo desculpas aos companheiros, Paulo Cesar “Caju” impossível e o diabo loiro Doval, o ídolo de então, que marcou 1 gol, arrebentando em campo. A equipe deste jogo foi esta: Renato, Aloísio, Fred, Tinho, Rodrigues Neto, Liminha, Zé Mário, Rogério, Caio, Doval, e Paulo Cesar. O outro gol, que não mencionei? Foi o 1º, marcado logo no início da partida, por ninguém menos que Liminha, o “Carregador de Piano”.


De negativo na equipe para mim só mesmo o treinador, Zagallo, pois havia mandado Zico de volta aos juvenis logo ao chegar ao clube, o de seus absurdos imperdoáveis cometidos contra o Flamengo e o Galinho! Depois, além de tentar segurar na retranca um time absolutamente ofensivo, ainda pisaria na bola novamente ao não levar Zico e Zanata para a Copa da Alemanha em 1974.

Lembro-me bem neste jogo do meu cunhado (e de minha irmã) me botando pilha durante todo o trajeto de ida para o estádio, me dizendo que eu iria presenciar uma derrota acachapante do Flamengo e que sairia envergonhado, e eu retrucando que eles não perdiam por esperar; lembro-me do quanto eu os aporrinhei durante o jogo inteiro, saindo até do lado dos meus pais logo no início da partida, para sentar-me ao lado deles, zoando até fazer com que meu cunhado admitisse o baile e a superioridade do Mengão; não sei se ele apenas se rendeu às evidências ou preferiu também ser poupado de tanta gozação, mas também isto foi glorioso para mim! Ah, como a vingança é doce!

Na final do Campeonato Carioca deste mesmo ano, após o Fluminense vencer o 2º turno e o Vasco o 3º, houve um triangular onde o Flamengo 1º derrota o Vasco por 1 a 0, e aí outra grande alegria: mais uma vez derrotamos o Flu, desta feita com um placar mais modesto: Flamengo 2 x 1 Fluminense, em pleno 7 de setembro e comemoração do Sesquicentenário da Independência, que nos valeu também uma taça, novamente diante de 137 mil pagantes. Até Vanderlei Luxemburgo participou desta partida, de lateral esquerdo. Os gols foram de Doval e Caio, pelo Mengão e Jair pelo Flu.



Houve neste mesmo ano um certo jogo pelo Campeonato Brasileiro contra o Botafogo, jogo este de amarga lembrança para nós Rubro-Negros. Como o pé quente aqui não pode ir (sempre acreditei piamente que, caso eu estivesse lá, o resultado seria bem diferente), acabamos ficando com o placar entalado na garganta por quase uma década, até que a Seleção Mundial de 1981 de Zico e cia. o devolvessem, com gol até de Andrade (o gol), para extirpar de uma vez por todas aquela maldita faixa “Mengo, nós gostamos de vo6”. De outra feita enfiamos um placar de 6 a 1 neles, como juros e correção monetária da "dívida"... rsrs



(Versão alternativa que inclui algumas fotos e a inesquecível narração do Rubro-Negro Jorge Curi do 6º gol!)


Teve ainda um outro jogo incrível, uma final do Campeonato Carioca de 1974, Flamengo 0 x 0 Vasco (o placar não diz o que foi o jogo!), com mais de 165 mil pessoas, segundo se divulgou oficialmente, e mais de 180 mil na verdade, para os jornais e para quem, como eu e meu pai, teve que se espremer e sentar de lado, pernas encolhidas, entre duas carreiras da arquibancada. Ficamos assim, sem poder nem ver o jogo direito até que algumas almas caridosas do entorno, lá pelo meio do 1º tempo, se apiedassem da nossa situação e nos acomodassem espremidos mas sentados de frente para o campo. E olha que tínhamos chegado com muitas horas de antecedência!

Poderia ficar aqui lembrando outros momentos, minhas aventuras já indo sozinho pro Maracanã, como em outra final emocionante demais: a da Taça Guanabara de 1975, Flamengo 1 x 1 Vasco – quase 175 mil pessoas oficialmente presentes! - ou minhas diversas aventuras em território inimigo, por exemplo batendo surdão na TO Nitorrubra, do América, tudo para poder ver o Flamengo jogar, mas o texto já está longo demais, e não quero cansá-los com minhas histórias todas de uma vez... Mas, antes que me perguntem: principalmente quando comecei a ir sozinho para o Maracanã, o Caio Martins, etc, passei a ir em praticamente todos os jogos, até os contra os pequenos, e não apenas em clássicos e finais, como o texto pode dar a entender.

É isto!

SRN


Ivan Pantaleão
blog “Aqui é Flamengo, Moleque!” http://aquiehflamengo.blogspot.com/

Nota:

1- Ao fazer uma busca na Internet, para embasar com dados as minhas reminiscências, comprovei um sentimento que, como profissional da área de Tecnologia da Informação, muito me entristece: dados errôneos, conflitantes até, uma vez adicionados à web, se perpetuam e são disseminados por diversos outros sites!

Uma prova disto é que, ao digitar-se Flamengo +”Taça Presidente Médici” no Google “descobre-se” que tanto Flamengo quanto Grêmio são citados como vencedores em 1971, por diversas fontes, inclusive os portais oficiais dos dois clubes! E que a maioria das referências citam que o jogo foi no estádio Presidente Médici, em Brasília, DF (como no Flaestatística, entre outros).

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24 PORRA, ANDRADE!

(Hoje o meu post é inspirado por um blog gozadíssimo, escatológico, chamado PORRA, LOST! Vale a pena dar uma olhada, mesmo aqueles que não acompanham a série de TV irão dar boas risadas. Peço desculpas antecipadas pelo jargão vulgar utilizado, mas é o estilo do blog inspirador. Não que eu pretenda fazer graça, mas acho que esta é a melhor forma de extravasar minha irritação...)

Acabou minha paciência com o esquema de 3 volantes e um roda-presa que o Andrade vem teimando em colocar em campo. Por respeito ao ídolo Tromba passei uma semana inteira calado (tá bom, resmunguei no twitter, pra quem me segue... rsrs), ruminando minha indignação com este esquema fuleiro de montar o meio-campo, com finalidade clara de defender, abrindo mão de nossa principal arma: a qualidade de nossos armadores, principalmente Pet, e do passe no chão, rolando a bola, para nossa dupla de ataque. Chega de mediocridade! O Flamengo não é isso, o Flamengo não é assim!!


Infelizmente o Andrade vem demonstrando uma atitude acovardada, que não combina com ele nem com o Mengão, e o que é pior: que acaba fazendo com que a bola fique mais tempo nos pés do adversário, do meio do campo para a frente, na nossa intermediária e defesa, o que é um contrassenso! PORRA, ANDRADE! Se é pra não expor nosso sistema defensivo, um bando de brucutus sem qualidade de passe não resolve porra nenhuma! A bola bate e volta no ataque, ligação direta à la Muricy, chuveirinho incluído no pacote... num fode! Aqui não!! Aqui é Flamengo, moleque!

Não vou xingar o Andrade, prometo, seria uma heresia; não posso, contudo, fingir que não estou vendo o que vejo claramente, e que claramente me desagrada. Não dá! Não ficarei mais quieto, vendo um Pet no banco, enquanto um Kléberson songamonga fica em campo, apático, inerte, com sangue de barata. Ou um Vinícius Pacheco, cuja única qualidade real é dar velocidade à bola, mas qualidade de bola que é bom... 


Que me perdoem os que gostam dele, mas ele é apenas regular e jamais seria titular no meu time, pois meu time sempre teria em campo aqueles que, na hora do aperto, não se apertam para assumir a responsabilidade e criar situações concretas de gol quando estas são mais necessárias. No jogo fácil, contra pequenos, até eu me crio; quero ver é no perrengue... Cadê o VP nessas horas?

E hoje, pra piorar ainda mais as coisas, ficamos com o Maldonado no banco e o Rodrigo Alvim improvisado de... volante!! PORRA, ANDRADE! Num fode! Não inventa!! De hoje em diante minha paciência está esgotada, não aceitarei mais um time que não tenha Maldonado e Pet jogando desde o início da partida, sendo substituídos se, e somente se, isto se mostrar totalmente necessário. Toró, Kléberson, Rodrigo Alvim e que tais são para o banco, para compor elenco, para entrar somente se necessário. Quero ver futebol e não Bumba-meu-boi e futebol, do bom, nosso elenco tem de sobra! Chega de mediocridade!!


E olha que não vou nem falar da péssima partida que Adriano e Vagner Love fizeram hoje, pois poderiam ter tido a vida bastante facilitada caso o time todo não estivesse de gato jogar terra em cima, se portasse como um bando em campo, sem orientação, sem tática, sem posicionamento, sem comunicação, sem toque de bola, totalmente sem noção! 

Hoje não tivemos treinador à beira do campo: esqueceram o Tromba em Porto Alegre, ou no aeroporto, sei lá; ele simplesmente não compareceu, tava perdido...


PORRA, ANDRADE!!

É isto!

SRN

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7 Pet é titular novamente: bom senso, falta de opções ou algo mais?

No jogo de hoje à noite, pela Copa Libertadores, teremos finalmente Petkovic retornando à condição de titular no meio-campo do Flamengo, o que, em tese, devolverá capacidade de criação ao time, embora acompanhado ainda de 3 volantes. Digo em tese pois tudo dependerá de como o maestro se encontra fisicamente, uma vez que tecnicamente sua importância é, no meu modo de ver, inquestionável. Infelizmente ele não foi reintegrado à equipe titular mais cedo, nos jogos-treino do Carioquinha, para que adquirisse ritmo de jogo aos poucos, como manda o bom senso.

Cheguei a pensar em escrever antes um post sobre toda a situação surrealista de que foi pivô, e que o envolveu, mas devo confessar que cada vez que penso na palhaçada de proporções dantescas que o seu “ato de indisciplina” desencadeou, sinto um certo desânimo com os rumos administrativos do Mengão e acho melhor ruminar mais um pouco antes de me expressar – coisa que um certo dirigente deveria adotar como boa prática aliás, ao invés de buscar freneticamente os holofotes da mídia sempre que tem a chance...


Se por um lado fico feliz por vê-lo retornar à equipe, não consigo impedir que minha mente, extremamente analítica por dever de ofício (trabalho com análise, projeto e desenvolvimento), passeie por diversas hipóteses para este retorno se dar justamente neste jogo, de vital importância para as pretensões do Flamengo neste ano.

Gostaria de comemorar seu retorno por razões exclusivamente técnicas, ou seja, o fato de que Andrade, ao se convencer de que o Sérvio se encontra em boas condições físicas, se rendeu à inexorável realidade de que para vencer é preciso atacar, para atacar com eficácia é preciso ser criativo, imprevisível e incisivo, e que isto é simplesmente impossível com o atual “esquema” de 3 volantes e um roda-presa. Infelizmente creio não ser esta a verdadeira razão...


Diante das ausências de Willians – suspenso – e Ramon – não inscrito nesta fase da Libertadores por atraso na chegada de documentação ao Flamengo – o mais provável é que o Tromba se tenha visto sem melhores alternativas que propiciassem um mínimo de criatividade ao time, pois convenhamos que Mezenga, o Rei do Gado, pode até fazer alguns (poucos) gols, mas não é exatamente cerebral, muito menos Vinícius Pacheco cumpre o mesmo papel que Pet, embora venha jogando bem.

Com isto, embora me encha de esperança de que, com uma boa atuação, Pet possa criar o bom problema de se mostrar indispensável como o cérebro da equipe, como no Campeonato Brasileiro 2009, me vem também a preocupação com o fato de se lançar sobre ele, caso o resultado não seja positivo, a responsabilidade por tudo de ruim que possa daí advir. Não seria nada justo mas, em se tratando de Flamengo e Pet, tudo é possível, como fartamente demonstrado pelos fatos recentes. Temo mesmo que isto possa ser usado como uma desculpa para justificar o injustificável. Devemos nos lembrar de que sua renovação de contrato vem sendo tratada, no mínimo, como baixa prioridade, para não dizer desprezo.


Por isto, mais que nunca, torço que possamos vencer e convencer na noite de hoje, com uma participação destacada deste que, desde o inigualável Zico, é o último craque fora de série a envergar nosso Manto Sagrado.

É isto!

SRN

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3 Ô Adriano, cê tá me ouvindo?

O assunto mais “quente” do momento, principalmente para (mal)dita mídia esportiva, na sua parte marrom, é o “barraco” entre Adriano e sua ex-atual-ex-noiva na favela da Chatuba, Complexo do Alemão, na madrugada da véspera do jogo entre Flamengo e Resende. Não pretendo comentar a vida particular dele, suas preferências, suas amizades nem seus vícios, pois eles são exatamente isto: particulares. Mesmo o fato de não poder servir de modelo para os mais jovens, embora possa ser lamentado, não faz parte do contrato. Ou faz? Todos conhecem as origens do jogador, e ele é apenas mais um produto do meio em que nasceu e cresceu, nada mais natural que aprecie e desfrute de seu meio; julgar isto é hipocrisia e arrogância, e não sou dado a isto.

Como sempre, não me proponho a fazer nenhuma análise aprofundada sobre o tema – não sou profissional capacitado para isto – e nem me arrogar o papel de dono da verdade ou possuidor da solução milagrosa para o problema; quero sim expor o que penso sobre o assunto, minhas reflexões, a minha visão particular sobre o caso. Infelizmente não dá para fazer um texto curto sobre este assunto, pois me interessa explorar vários aspectos. Quem estiver curioso em conhecer o que penso, vem comigo! rsrs


Me interessa discutir o jogador Adriano, sua importância para o Flamengo, sua influência sobre o grupo de jogadores que com ele convivem e o quanto o que ele faz no extracampo afeta seu desempenho em campo. O resto deixo para as candinhas, que parecem ser pagas para isto, ao invés de informar, reportar...

Não quero perder tempo levantando o histórico de sua chegada ao Flamengo, após abandonar o futebol na Itália, embora isto explique muito do que ora ocorre; este assunto já foi bastante veiculado na mídia escrita, de rádio, televisiva e de Internet, mas ele explica porque ele se encontra hoje jogando no Brasil e, em parte, o tal contrato com privilégios – que abomino e condeno! – assinado entre seu representante e o clube.

Por que condeno o tal contrato sem nem mesmo conhecer o seu teor exato (que, alias, parece que ninguém conhece)? Para ficar no popular, pela regra da cabecinha! rsrs uma vez que ela passa... bem, vocês já entenderam, não é mesmo?


Falando seriamente, uma vez que se concede a alguém regalias que vão contra a prática usual e necessária para o exercício de uma dada atividade, qualquer atividade, fica difícil controlar seu uso, coibir seu abuso e mesmo a extrapolação destas para outras, ainda mais prejudiciais. Vejam que não critico quaisquer regalias em geral, apenas as esdrúxulas.

Não adianta: o ser humano é assim, sempre irá explorar as fronteiras, seus limites, e tentará ultrapassá-los. Foi assim que evoluímos como espécie, está no nosso DNA (para não falar na famigerada “lei de Gérson”... me perdoe, querido canhota rsrs). Que dirá um jogador de futebol, que é preparado apenas para isto mesmo: jogar futebol. Apenas e tão somente isto. Nem todos são possuidores da formação (de berço), caráter e cabeça de um Zico, todos devemos ter em mente. E não é uma crítica a quem não os tem, apenas uma constatação...


Não considero Adriano um craque - meu critério é extremamente rígido quanto às características necessárias para que um jogador seja considerado craque – mas é um jogador extremamente diferenciado, com muitas qualidades únicas que fazem com que se destaque e decida partidas e mais partidas. Mas para isto ele precisa estar fisicamente apto, além de mentalmente sadio, focado; caso contrário transforma-se no mais caro poste de luz de que se tem notícia! Isto sobrecarrega seus companheiros em campo, para não falar do impacto psicológico no resto do elenco que, ainda assim, sabe que a chance de ganhar sua vaga é próxima de zero! (sem justificá-los, pois são sofríveis mesmo, mas Denis Marques e Gil que o digam...)

Tenham uma certeza: privilégios dos outros só não te incomodam enquanto deles você se beneficia, mesmo que indiretamente, ou enquanto eles não te prejudicam! Fora disto, você começa a chiar, no começo bem baixinho para, na crise, dizer: eu não disse? Aquilo não poderia dar certo mesmo!! He he he, é duro, mas é a realidade, somos assim mesmo; há os que admitem, há os que mentem até para si mesmos...


A realidade é que, desde o episódio da queimadura – que me recuso a especular, mas que foi bastante estranho – às vésperas dos jogos finais do BR-09, Adriano não vem bem, se desconectou, nota-se em campo seu semblante fechado e seu rendimento muito abaixo do que pode. Este ano então, parece até que não fez a pré-temporada pois se encontra bastante fora de forma e ainda não fez sequer uma partida que possa ser elogiada, dentro do nível de expectativa que o cerca sempre. Até fez alguns gols mas isto não pode esconder sua falta de aplicação.

E aí entra o extracampo afetando o campo: é notório que está passando por problemas pessoais, e que estes problemas o estão tragando para o sumidouro da depressão e da bebida que já enfrentou antes e que são, sabemos, incuráveis. Resta tratar e controlar, para que possa voltar normalmente às atividades e, usando suas próprias palavras, voltar a ser feliz! Mas é preciso ter vontade e determinação, que parecem faltar, na medida necessária, neste momento.


A diretoria, que tanto critico pela excessiva vontade de aparecer na mídia (e o boquirroto do MB2 já foi novamente para a frente dos holofotes das câmeras de TV, para expor o problema com bebidas do atleta – um detalhamento desnecessário, menos para este senhor), desta vez agiu corretamente ao afastá-lo temporariamente do grupo, dando-lhe um tempo para reorganizar sua vida pessoal e sua cabeça. Não tenham dúvidas de que seria muito pior forçá-lo a permanecer com o grupo naqueles primeiros momentos; a família e os amigos são o melhor apoio que ele pode encontrar, fora dos meios profissionais a que ele, sem dúvida alguma, precisa recorrer logo. Num segundo momento, o ambiente de trabalho pode sim se mostrar benéfico, o que já veremos a partir de hoje. Mas tudo dependerá de como ele estiver se sentindo, do seu grau de comprometimento consigo mesmo, com sua vida, e com o Flamengo.

De fato, sua carreira pode encontrar-se realmente ameaçada, não só no Flamengo e na Seleção neste momento, mas para o resto de sua vida, caso ele sucumba à depressão e à bebida. Cabe pois, aos que o cercam, apoiá-lo criticamente neste momento, sem passar a mão na cabeça, mas com a compreensão de que não é simples nem fácil superar estes obstáculos que, infelizmente, a vida lhe apresentou. Ao Flamengo cabe seriedade e postura, apoiá-lo profissional e humanamente, e rever urgentemente seus valores e suas políticas de privilégios. Quanto a nosotros, da Magnética, cabe-nos torcer por uma resolução rápida e da melhor forma possível e, principalmente, não cornetar, pois o caso é sério e ele, voltando, precisará do nosso incentivo e também da nossa cobrança, desde que racional. A mídia? Ah, a mídia... a mídia tem mais é que se... rsrs


Boa sorte, Adriano! Que você se recupere e volte logo, para desespero da Torcida Arco-Íris de todo o Brasil, e a agonia dos zagueiros adversários na Copa 2010.

É isto!

SRN

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3 E a Montanha Pariu um Rato!

Tinha planejado escrever dois posts em sequência, um sobre Pet e outro sobre Adriano, mas como demorei mais que o esperado para isto, vou postar primeiro algo sobre o jogo de ontem em Volta Redonda contra o Resende. Não é bem uma resenha sobre a partida, visto que muitos já o fazem, mas a expressão da minha opinião sobre o momento do Flamengo durante e após este jogo.

A vitória de ontem, assim como a chuva que parece que assolou todo o Estado do Rio, lavou a alma Rubro-Negra! Não pelo placar, elástico, nem pelo adversário – frágil, é claro! - mas porque evitou que a mídia marrom, que é esmagadora maioria, mormente nestes tempos de internet, amplificasse ainda mais o "affair" Adriano x "a noiva barraqueira do momento". Imaginem o que seriam as manchetes de “crise na Gávea”, caso o resultado fosse adverso ou mesmo não convincente. Os abutres e as candinhas todos aguardavam apenas isto para deflagrar o início da 3ª Grande Guerra! Ao invés disto, tivemos singelas manchetes, como a do GloboEsporte.com: Fla vence sem Adriano e sem crise: 4 a 0 (manchete da 1ª página do site). É quase como se pedissem desculpas por não poderem oferecer mais! Que delícia... rsrs


Não, o que realmente lavou a alma foi ver o time unido e aguerrido em campo e, principalmente, a amostra-grátis do que pode ser o nosso futebol com o meio-campo do Flamengo contando com Pet e Pacheco jogando juntos!! Diz-se que não existe melhor defesa que o ataque, e isto é verdade, principalmente um ataque bem organizado e bem municiado - coisa que só o talento é capaz de proporcionar.

Podemos e devemos até dar um desconto pela chuva intensa que tornou o gramado bastante pesado, impróprio mesmo para a prática do bom futebol, mas depois de um primeiro tempo sem imaginação e sem graça, com inúmeros erros de passe do meio de campo operário e sem muitos recursos, vimos a equipe subir de qualidade de produção com as entradas primeiro de Pet, sem que o Vinícius Pacheco tivesse que sair, depois de Rodrigo Alvim, sem que – ainda bem! - Juan fosse o substituído, e, por fim, de Ramon no lugar de Willians. É claro que o fato de ter um jogador a mais também ajudou e muito, mas é inegável a elevação de produtividade, o aumento do tempo de bola no ataque – com o consequente alívio do sistema defensivo – e o verdadeiro leque de opções que se abre com isso. É o verdadeiro terror para os adversários!


As notas tristes ficam por conta a) da situação pessoal por que passa o Adriano - sinto pena, pois depressão é flórida, mas não passo a mão na cabeça dele! - e b) da infeliz declaração dada por Andrade à Rádio Globo ao final do jogo, quando perguntado se o que se viu em campo ontem, com Pet e Pacheco jogando juntos e bem, o animava a mantê-los juntos no time... sua resposta foi um balde de água fria: só em jogos "fáceis"... o resto nem me importei de memorizar! Fico triste ao ver o Andrade se acovardando quanto à ousadia, que nem é tanta assim, de armar o time um pouco mais ofensivo, mais equilibrado, sem a fórmula “3 volantes e um roda presa”.

Esperemos que o Tromba possa refletir melhor e, vendo a repercussão do resultado junto à (mal)dita mídia especializada e, principalmente, junto à Magnética - que não para de gritar por Pet nem que a vaca tussa!! - se sinta encorajado a “ousar” mais.

Viu os gols? Não?? Então veja agora:
 

Mas que o pessoalzinho parco da mídia foi dormir frustrado, ah, isso foi... rsrsrs

É isto!

SRN

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3 Considerações Sobre o Flamengo

(Este texto foi originalmente postado em 04/03/10, como um comentário no blog Urubuzada, do amigo Fábio Gil; posteriormente, foi editado e postado em 05/03/10 no Urublog)

Estou muito preocupado com o rumo que as coisas vêm tomando neste início de temporada, pois sinto que o Andrade, preocupado com a repercussão dos gols que nosso sistema defensivo vem sofrendo, está abrindo mão da nossa principal vocação e característica – partir pra cima e arrancar belas vitórias – em nome de uma segurança modorrenta e medíocre.


Quando, desde o primeiro momento, abracei a ideia do Tromba como treinador do Mengão, foi por ele, entre outras boas características que tem, ter feito parte do – e ter exercido importante papel no – fabuloso escrete dos anos 80. Aquele time tinha a real dimensão de sua força e importância, não tinha medo de exercer sua superioridade, e nem por isso menosprezava partidas menores. Sempre que havia oportunidades, partia decidido e fulminante para o ataque e, quando as oportunidades eram escassas, tratava de criá-las com constante movimentação e ânimo incansáveis.


Não havia partida menor, havia placar dilatado; não havia torneio menor, havia foco e vontade de vencer tudo que fosse possível! E havia, sobretudo, alegria e vontade de fazer história, sem irresponsabilidades por parte de ninguém.

Vejo o Andrade hoje cedendo à mesma tentação que teve quando, ao começar a engrenar no BR-09, pensou em montar um time mais defensivo para garantir o já havia sido conquistado. O que o impediu? A torcida, que, pressentindo o que poderia acontecer e querendo acabar com o jejum, demandou uma escalação mais ofensiva! Exaltou as qualidades de um 4-4-2 ou até mesmo um 4-3-3 e ele, sentindo-se apoiado, relaxou a preocupação com a responsabilidade de dirigir o Flamengo, abriu mão do covarde 3-5-2 (3-6-1) e ousou liberar o Zé Roberto para apoiar e participar ativamente das jogadas ofensivas. O que não dá pra engolir é um meio de campo composto por "3 volantes e um roda presa"!


Cabe à Magnética uma vez mais o papel de demonstrar apoio incondicional ao Tromba e, ao mesmo tempo, exigir um time ofensivo, um meio-campo criativo e o time jogando com a certeza de que, se sofrer um ou dois gols, fará quatro, cinco, seis, quantos forem possíveis e necessários para chegar às vitórias e aos títulos. Temos que treinar uma formação com Vinícius Pacheco E Pet, que será bastante equilibrada tanto ofensiva quanto defensivamente, assim que o monstro Maldonado retornar à ativa.

Não basta dizermos que queremos ganhar tudo este ano; temos que montar um esquema, treiná-lo e jogar para isso! Não será fácil, mas quando alguma coisa foi fácil para o Flamengo?

Avante Mengão, sem medo de ser feliz!!

É isto!

SRN

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