terça-feira, 30 de março de 2010

A inexistente crise no Flamengo causada pela entrevista de Dejan Petković (Дејан Петковић, ou Pet, para nosotros).

(Este texto é adaptado do meu comentário postado no blog Saudações Rubro-Negras, no post do amigo Luís Eduardo intitulado Reflexões Rubro-Negras...).

Demorei a me manifestar sobre o grande oba-oba criado em torno da entrevista, pois quis ruminar mais um bocado, como sempre faço ante situações que podem se demonstrar graves. Não falo nem do oba-oba da mídia, sempre e cada vez mais sedenta por crises que possam alavancar vendas ou, no caso (o que dá no mesmo), gerar mais page views; o que me causa espanto e incredulidade é a reação, extremada em alguns casos, por parte de torcedores e até blogueiros de peso ante o nada que é a “bombástica” (sic) entrevista dada por Pet ao LanceNet.


Depois de ler cada post, cada comentário, cada tweet (e foram vários, de todos os tipos, procedências e gradações), e só então ver e rever o vídeo desta bendita entrevista, resolvi enfim emitir minha opinião, dar o meu pitaco. Não tiremos conclusões precipitadas sobre seu destino; como disse ao amigo Fábio Gil (@Urubuzada), “It ain't over 'til the fat lady sings”, para usar uma expressão da língua Inglesa que tão bem expressa isto. É claro que é apenas a minha opinião e ninguém é obrigado a concordar com ela, podemos e devemos discuti-la, mas o que escrevo a seguir é a expressão do meu pensamento e sentimento sobre o causo.

Já devia a mim mesmo escrever sobre Pet e a pseudocrise há algum tempo, o que pode ser percebido nos posts anteriores, mas desta vez foi demais, não deu mais pra segurar! Tenho já um texto semipronto, exaltando o Santos e seu futebol de encher os olhos, e um outro em gestação adiantada, uma vuvuzelada a mais no Tromba (e mais forte, em tom sério desta vez), mas eles terão que esperar.


Gostaria até de estar escrevendo algo relativo ao jogo com o Mequinha, mas vou passar por cima da brilhante atuação do nosso Léo Moura – Seleção (mais uma vez, para calar os detratores todos), da dedicação cativante e falta de pontaria irritante do guerreiro Vagner Love (artilheiro, ainda assim…), da momentânea falta de luz do nosso “poste” Adriano (para participar mais e para vibrar com o grupo e a torcida), que mesmo assim vai fazendo seus golzinhos jogo sim, jogo também, e nem mesmo vou perguntar quando o Kleberson irá finalmente comparecer novamente (um morto-vivo em campo com posição de titular garantida). Pra não falar do Monstro Maldonado e seu habitual show, quase invisível de tão sóbrio e discreto...

Vou apenas começar dizendo: mas que bela entrevista, que demonstração contundente de profissionalismo, inteligência, controle emocional, de como domar quem tenta te usar pra extrair futricas (a mídia, quem mais?), todos estes atributos que desde sempre admirei no Gênio Petkovic!!


Ele não disse absolutamente nada que pudesse criar toda esta celeuma que vi e ouvi durante todo o domingo e após, e tudo o que disse é a mais absoluta verdade. Pra dizer a verdade, a única coisa que me irritou, e profundamente, nesta entrevista, foi o fato de nos privarem de conhecer o teor das perguntas! Por que omiti-las? Para não vermos/ouvirmos as tentativas de indução? Para dar a impressão de que falou algo sem ser perguntado, sem ser provocado?

Uma entrevista que se propõe séria, para ser vista como algo grave ou de grande repercussão, só pode ser levada a sério sem edições que omitam informação relevante ao contexto! Senão, pode – e irá - parecer manipulação! E ainda tem gente que engole sem mastigar, e depois fica se perguntando porque a mídia é tão “perversa”... é por culpa de gente como você, ó infeliz, que mal tomou conhecimento do “fato”, e já parte para um veredito! Ô, tem alguém em casa?? (pergunto, enquanto bato em tua cabeça...)


Um cara inteligente como ele sabe muito bem que isto pode acontecer, logo manteve o controle das respostas dadas – e respostas brilhantes, dignas de um “ser” inteligente, iluminado, e não apenas um boleiro, como tantos que conhecemos e dos quais a resposta à pergunta, qualquer pergunta, já é conhecida de antemão.

Tudo que ele disse corresponde à realidade, tanto é assim que nem MB2, O Boquirroto, nem Patrícia Amorim, a presidenta low-profile, puderam fazer nenhuma escalada sobre isto; não que eu esperasse que ela fosse tentar fazê-lo, mas quanto ao MB2, melhor deixar pra lá, né? Não vale a pena…


Até quando perguntado sobre o Vice e, provocado a dar nomes, confirmou referir-se àquela figura nefasta (tinha citado só o papel até então), o fez com correção, dentro do contexto que mencionava, o de autoridade e responsabilização! E foi só, sem espaço para as ilações que vi neguinho, branquinho e diversos Rubro-Negros “sangue bom” fazerem. Ele não o exaltou nem o enalteceu!

E ele não se comparou ao Zico, como alguns apressadamente escreveram, ele disse que o comparam, e que ele se sente orgulhoso disto, por saber o quanto Zico representa – e eu compartilho deste orgulho!! Parece que as pessoas acabam vendo e ouvindo o que têm nas suas cabeças, e não o que se pode ver e ouvir; Freud explica...


Este camarada é um grande ídolo nosso (vejam seu histórico na Flapédia) e tem que ser respeitado, não só por ser ídolo e ter nos dados títulos importantes e esperança, mas também pelo caráter e profissionalismo! Já engoliu muito mais sapos do que qualquer um de nós engoliria quero crer e, ainda assim, em nenhum momento deixou de cumprir suas obrigações profissionais.

É um exemplo raro de profissional que, trabalhando em outro país – não podemos desconsiderar ou minimizar este fato! - mantém íntegras suas características de caráter e retidão de comportamento, e o fato de não ser um camaleão parece incomodar a muitos, mas não a mim. E não posso me dar ao luxo de dar ouvidos a rumores, isto é baixar demais o nível da discussão e, como não sou “jornalista”, me reservo o direito de não fazê-lo.


E eu particularmente o admiro ainda mais por ter consciência das coisas e não se omitir de manifestar uma opinião forte, porém embasada na realidade, sem “medinho” de bater de frente com escalões superiores quando estes estão errados! Se eu sou assim e gosto de sê-lo, porque o criticaria? Sou coerente, assim como ele o é! Não confundam isto com mágoa ou revolta; é totalmente diferente, ele não disparou a metralhadora giratória; antes, agiu como um sniper, com poucos tiros e precisão.

O admiro também por ter uma paciência de Ló, coisa que eu e muitos dos que o criticam não temos, pois ainda assim se mantém profissional, cumpridor de suas obrigações, como ele mesmo declara na entrevista. Não amigos, não é marra, como tantos gostam de dizer, é a consciência de sua capacidade e valor, sem se rebaixar ou se desmerecer só para agradar!


Mas, não tirem conclusões pelo que aqui escrevi, nem pela transcrição do vídeo, que omite nuances fundamentais; vejam o vídeo por vocês mesmos (não achei como embuti-lo, então seguem os links para 2 páginas onde pode ser visto):


Sem mais, Meritíssimo!!!

É isto!

SRN

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